Não demorou muito para que Emma entrasse no quarto do pai
- Pai, você tá aqui?
- Aqui, filha - Mark avisou
- Então, pai... - ela começou
- Tenho uma proposta pra você!- ela disse com segurança - Me escute bem...
- Emma, filha, meu anjinho, para de me mandar pra restaurantes que não tá dando mais - Mark já se desesperava achando que Emma estava colocando outro plano em ação
- Não é isso - ela riu - Olha, essa casa é grande demais. E eu me sinto muito sozinha
- Hum - Mark escutava desconfiado
- É por isso que eu gostaria de comprar um gatinho! Acho que me faria companhia e seria bom pra nós dois - ela disse animada
- Imagina só, ele todo bonitinho andando por aqui - ela continuou
- Emma, ter um animalzinho é muita responsabilidade - Mark disse - Não é só ver como eles são bonitinhos e boa companhia
- Eu sei disso, pai! E eu vou cuidar bem dele! Por favor!
- Você vai precisar um bom tempo do seu dia pra cuidar de um bichinho, Emma. E precisa ter paciência - Mark coninuou
- Eu sei disso! E te prometo que vou cuidar muito bem dele! - ela afirmou
- Ok, então - Mark cedeu - Entenda que agora você tem uma responsabilidade muito grande. E nós não vamos comprar, vamos adotar. Tem muito bichinho por aí precisando de uma casa.
- Sério, pai? Você é o melhor! - ela dizia animada
- Não sabia que esse site existia - ela disse
- Vamos escolher um e eu vou sair para comprar as coisas que ele vai precisar. Você fica aqui para receber o agente de adoção, ok? - Mark perguntou
- Ok!
Logo o agente chegou
E trouxe Cora, a gatinha
Emma foi receber a gatinha que já tinha corrido para o quintal dos fundos
- Oi nenezinha! Como você é bonitinha!
- Aaaaaiii tão pequenininha!
Cora parecia feliz
Logo Mark chegou de táxi e arrumou as coisas de Cora na sala
- Nossa, pai - Emma começou - Para quem não queria muito bichinho em casa você deu uma bela exagerada, não acha?
- Do que você tá falando? - Mark se fez de desentendido
- Desse arranhador gigante ai - Emma apontou
- Ah, isso! - Mark disse como se tivesse acabado de ver - Esse é basiquinho, filha
- Sei...
- Ooooi bonitinha, você quer brincar com a bolinha? - Mark falava com voz de bebê
- Você é muito linda, minha filhinha!
- EU OUVI ISSO - Emma gritou da cozinha
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No dia seguinte, no Lhama Gourmet
- Que bom que recebeu minha mensagem - falei
- Fiquei bem curioso, você fala que quer falar comigo depois não fala mais nada - Mark riu
- Desculpa pelo suspense - brinquei
A verdade é que tava cagada de medo de as coisas darem errado, mas fui com medo mesmo
- Boa tarde! - Mark cumprimentou - Mesa para dois, por favor
Logo sentamos e comecei a falar
- Mark eu vou bem sincera com você, até porque acho que se eu não for vou me arrepender algum dia - comecei - Apesar de ter sido até engraçado, ficar sozinha ontem com você no bar e as conversas que tivemos me fizeram perceber que gosto muito de você ainda.
- Mon, eu também me sinto assim - ele disse
- Então - continuei tentando falar o mais rápido possível para não perder a coragem - Na verdade eu tive muito medo quando estava com você. Medo de que as coisas que entre nós iam tão bem em algum momento iriam se tornar horríveis como foram com meu ex. Eu sei que vocês são pessoas completamente diferentes, mas demorou para que eu entendesse que toda aquela situação gerou um trauma muito grande em mim. Eu morria de medo de que se casássemos e tivéssemos filhos você começaria a me tratar mal ou me abandonaria. E eu não suportaria isso vindo de você.
- Uau - ele se surpreendeu com toda a informação - Eu entendo, Mon. De verdade. Jamais faria algo assim com você e sei que algo em você te diz que as coisas seriam bem diferentes
- Todo cara fala isso - interrompi abalada
- É verdade - Mark concordou - Peço desculpas pela minha espécie - ele riu - Eu entendo de verdade que seja um trauma e aceito seu tempo para se recuperar disso. Esse tempo que ficamos separados também foi bom para que eu entendesse o que acontecia comigo. Quando terminamos logo fui procurar outras pessoas e isso me fez perceber que eu simplesmente não sabia ficar sozinho - ele desabafou - e isso é bem problemático. Esse tempo só eu e a Emma foi ótimo para que eu entendesse que sou capaz de fazer as coisas sozinho. Finalmente comprei uma casa para mim e é uma responsabilidade enorme, mas estou lidando bem com isso
- Eu ainda quero encontrar alguém para dividir a vida, sabe - ele jogou um verde - Mas entendi que também preciso respeitar o meu tempo e o das pessoas.
- A ideia de filhos me é um pouco assustadora porque tenho medo de ter que fazer isso sozinha - disse - Mas se fosse para ter filhos... eu teria seus filhos, Mark.
Mark sorriu, feliz e sem graça e eu enchi o bucho como sempre
- Depois dessa conversa to me sentindo bem mais leve, mesmo depois desse pratão - ele riu
- Eu também - sorri
- Vamos pra casa, então? - falei desconversando
- Depois de tudo isso eu não quero só voltar pra minha casa normalmente, não - ele brincou com sinceridade
- Eu também não - falei
Tomei coragem e puxei Mark pra um beijinho
- Ora, ora, quem diria ela toda romântica - ele brincou
- Vai começar - dei risada
- Nesse tempo separados você se apaixonou por alguém, Mark? - falei encafifada
- Impossível, Mon - ele disse - Só você mexe com meu coração assim
- Ahh que lindinho - sorri
- É você - ele disse
- Sempre foi você - ele completou