Histórias

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Capítulo 4 - A proposta

 Mark e eu combinamos de nos encontrarmos no parque. Como de costume, sai atrasada e fui correndo. Cheguei sem fôlego!
- Urrff Afffrrr
- Que isso mulher? - Mark me "cumprimentou" - Veio correndo pros meus braços?
- Cala a boca bestão - eu provoquei - E agradeça por não te deixar esperando!
- Mas é uma chatona mesmo... - ele retrucou na brincadeira.


 - Tá de folga hoje, Doutor?
- Nem me fala! Só passei nervoso ontem. Um médico do hospital rejeitou a minha sugestão de diagnóstico e quase matou um paciente!


 - Nossa, Mark!
- Eu não sei o que esses médicos tem na cabeça! O ego é tão grande que não aceitam sugestões mesmo sabendo que podem estar errados!


 - Quer saber? - eu disse - Da forma que eu vejo, você é o médico mais brilhante daquele hospital. Você acabou de se mudar para cá e está em um hospital novo, mas logo vai subir de cargo cada vez mais e se tornar o chefe desses imbecis. Tenho certeza que você não faria uma burrada como a que esse cara fez.


 - Eeee Dona Simone - ele disse mais leve - Sempre sabendo como me consolar.
Fiquei um pouco envergonhada, não sei porquê, afinal conheço Mark há tanto tempo. Acho que até fiquei com tic no olho.


 - Eu sei, querido - respondi - Sou sábia demais da conta. Aliás, quero sentar. Vamos apostar uma corridinha?
- Huuum, você pode ser sábia, mas não me ganha na corrida - ele provocou


 - Vamos ver então convencido - sai disparada na frente
- Ouuu me espera!!


 Sentei primeiro e com ar triunfante disse:
- Quem que não ganha de você mesmo?
- Mas como é competitiva essa mulher minha gente - Mark provocava


 - O que você acha de eu chamar aquela moça pra sair? - Mark me perguntou
- Ah, não sei Mark - eu respondi, sinceramente, com uma boa pitada de ciúmes - Isso é algo que você tem que decidir.
- Sério? Eu sempre te pedi opiniões sobre as mulheres com quem sai, você é tipo minha super conselheira
- Então acho que eu nunca acertei hein - eu ri
- Realmente, nunca consegui o amor da minha vida - ele respondeu
- Ai que sonhador esse menino minha gente - provoquei


 - Aliás, foi bom você ter me chamado para sair - ele disse - Tenho uma proposta para te fazer.
- Que proposta? - eu já estava curiosa
- Como você sabe, meus pais morreram há um tempo e deixaram para minha irmã e eu a casa. Ela não quer vender a casa, você sabe como é a Megan, não quer dar cabo em uma casa grande. E eu me sinto bem sozinho por lá. O que você acha de você e a Lidia irem morar com a gente?
- Nossa, Mark! - eu respondi surpresa - Nem sei o que te dizer, adorei a ideia mas  tenho que falar com a Lidia antes.
Tudo bem - ele respondeu - Será como nos velhos tempos na república.


 - Nem me fale! Era tanta confusão junta com você e suas namoradas estranhas mais a medicina, eu e os namorados estranhos mais a engenharia, a Lidia estudando e tendo vida social sabe-se lá como - eu falava fazendo caretas e encenando alguns momentos dos velhos tempos.


 - Nem me lembre! - Mark ria - Não sei nem como sobrevivemos!


 - Você sobreviveu porque eu estava lá pra curar seu coraçãozinho - provoquei
- Oooolha mocinha não vamos começar essa conversa que eu tenho histórias muito boas das suas encrencas e eu te tirando delas - ele disse fingindo estar bravo


 - Mas sério, pensa com carinho na minha proposta. - ele disse
- Pode deixar. Agora tenho que ir trabalhar. - respondi pronta para levantar.
Quase demos as mãos por um reflexo. Senti aquela coisinha na barriga. Acho que to carente,viu?


 - Eita, calma que eu entalei. A idade ataca minha filha. - Mark brincou com o pé entalado no banco.


 - Tchau, bobão! Vou falar com a Lidia e te ligo para avisar o que decidimos.


- Ok minha chatona - ele disse - Não vai me abandonar hein!

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