Capítulo 39 - Problemas

Em poucos minutos estávamos todos de volta para casa

Emma estava muito chateada. Ela não imaginava que quando conhecesse sua mãe seria daquela forma

Mark estava muito estressado e decidiu ir se ocupar com outras coisas

Eu também tinha ficado bem chateada. Me doía ver Emma e Mark tão tristes e não tinha nada que eu pudesse fazer
- Mark - chamei - Tem algo que eu possa fazer pela Emma?
- Não sei, Mon - Mark respondeu - Mas eu acredito que não

- É tão ruim ver ela assim - falei
- Eu sei - Mark concordou

- Você precisa falar com ela - sugeri
- Eu vou sim - Mark concordou - Não se preocupe

Emma foi fazer outras coisas para manter sua mente ocupada

Um tempinho depois, Lidia passou em casa

E ela foi falar com Mark sobre o que tinha acontecido
- Você já falou com ela, Mark? - Lidia perguntou
- Ainda não - Mark respondeu - Estou esperando o momento certo

- Homem o momento certo é agora! - Lidia se indignou
- Você pode falar com ela antes? - Mark perguntou

- Por favor - ele continuou
- Só porque sou uma boa pessoa - Lidia brincou - Mas depois é com você!

Mark foi cozinhar. Ele ficava fugindo da situação por não saber como lidar. O reaparecimento de Melissa foi muito doloroso para ele também.

- Emma? - Lidia entrou no quarto
- Oi, tia - Emma respondeu

- Estudando? - Lidia puxou assunto
- Química - Emma disse

- Como você está se sentindo? - Lidia perguntou - Sobre tudo o que aconteceu hoje?
- Eu ainda estou tentando processar - Emma explicou

- As vezes demora pra cair a ficha do que aconteceu - Lidia disse - O importante é que você está cercada de pessoas que gostam muito de você
- Sim eu sei - Emma disse

- É que é muito confuso - ela continuou - Em um momento você tá com sua vida certinha. No próximo instante a sua família biológica tá inteira em pé em uma piscina e discutindo

- E o pior é que meu pai ficou irritado - ela continuou - Eu queria que ele entendesse a necessidade que eu tive de ir falar com ela. Mas acho minha mãe magoou muito meu pai e ele simplesmente não consegue ficar normal perto dela.
- Não pense assim, Emma - Lidia disse - Seu pai entende sim. Ele sabe separar as coisas. Conversa com ele

Depois de conseguir convencer Emma a sair do quarto, Lidia foi jantar com a gente. Mark e Emma ficaram em silêncio total.

Logo Lidia precisou ir
- Boa noite, gente! - ela disse
- Boa noite! - dissemos juntos

- Acho que agora não posso mais evitar - Mark disse
- Até que enfim! - falei

Mark respirou fundo e foi

- Ei, menina - ele disse
- Oi pai - Emma respondeu

- Eu sei que demorei pra vir aqui - ele começou - Mas não sabia muito bem o que fazer
- Eu também não saberia - Emma disse
- Eu só quero seu bem, Emma - Mark falou

- Pai, eu posso cuidar de mim mesma - Emma disse - Só queria saber quem era minha mãe. Queria ouvir a versão dela da história
- Eu sei disso filha - Mark disse - Mas eu só quero te proteger. Foram tantos anos pra te poupar do sofrimento e quando eu vi ela lá de repente eu fiquei assustado

- Como é que eu ia deixar isso acontecer? - ele perguntou
- Apenas deixando, pai - Emma respondeu - Eu queria ver quem ela é. E eu vi

- Ela não se importa com a gente Emma - Mark falou
- Não me interessa, pai. A sua dor não é a mesma que a minha. Você precisa parar de olhar a situação só do seu ponto de vista. - Emma desabafou

- Nossa - Mark se surpreendeu - Você tem a língua afiada igual a Simone
Emma riu e seu pai ficou feliz por tê-la feito rir

- Eu vou precisar de um tempo pra entender tudo isso - Emma disse - Me deixa sozinha, pai
Mark ficou triste com o que Emma disse, mas ele sabia que ela precisava do tempo dela

- Tudo bem - ele disse - Boa noite filha
- Pai, espera! - Emma disse

- Oi, linda? - Mark parou
- Me desculpa se te magoei - Emma disse

- Você não me magoou filha - ele disse - Eu entendo se você quiser conhecer sua mãe. É seu direito.
- Obrigada pai - Emma falou - Ainda não sei o que vou fazer, mas fico feliz que você me apoie

- Como foi? - perguntei quando Mark entrou no quarto

- Foi bom - ele disse - Esclarecemos algumas coisas. Talvez ela queira conhecer a mãe
- E como ela está se sentindo? - perguntei
- Um pouco confusa - Mark respondeu - Mas logo as ideias ficam mais nítidas para ela
- E você? - perguntei
- Eu? - Mark se perguntou - Nem sei. To um pouco triste, mas Emma sabe o que faz. 

Como eu não sabia muito bem o que fazer, decidi fazer o que qualquer pessoa sensata faria: cosquinha
- Não fica triste, meu homem - brinquei enquanto fazia cosquinha em Mark
- Aii para - Mark ria

- Me dá um sorrisinho, vai - continuei
- Mas é bobona mesmo - ele ria

- Ok, ok - Mark dizia sem fôlego - Agora chega
- Só porque sou boazinha - brinquei

- Ainda bem que eu tenho você - ele disse
- Também acho - brinquei

Depois da conversa com Mark, Emma caiu no sono se sentindo um pouco mais tranquila.